sexta-feira, 14 de maio de 2010

Quem transforma as mulheres

Quem transforma as mulheres em galinhas são os próprios homens.
Tudo bem. Queremos meninas legais, sexys, taradas, bonitas, inteligentes e boazinhas. Muito fácil falar, pois quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: Oba, me dei bem!
Ficamos com elas uma vez, duas.
Começamos a pensar que essa é a mulher que as nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um namoro, vai ser uma relação estável. Você vai buscá-la na faculdade, vocês vão ao cinema, num barzinho, vai ter sexo toda a semana...Tudo básico, até virar uma rotina sem graça!
Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a
mulherada e vai morrer de inveja, sem saber que eles estão morrendo de inveja do seu relacionamento, da sua namorada superiormente interessante comparada as meninas da night.
Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis na noite, falta de dar umas olhadas pra uma gata, ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista. Você pensa: Acho que não estou pronto pra isso, pra me enclausurar pro resto da vida nesse namoro. E a boa menina se transforma
numa MALA, e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão. Quando tu vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender, você pensa: NÃO TÔ MAIS AFIM, NÃO GOSTO MAIS DELA,
JÁ ERA. Daí aquela promessa de vida estável vai por água abaixo.
A menina não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso.
E a pobre menina pensa: O que eu fiz? Não sou bonita, legal, inteligente, companheira, boa o suficiente? Será que há outra (geralmente há, porque não nos cansamos de boas conquistas, porque também achamos que outras não vão ficar no nosso pé, ou que serão as outras as noras que sua mãe pediu a Deus. Muito nos enganamos nesta vida), será que da para confiar?
Coitada, ela não fez nada e, a culpa é nossa mesmo (temos medo de enfrentar as dificuldades e as privações do mundo de solteiro. Temos medo de nos prendermos de verdade aquela menina boazinha que temos certeza que seriam capazes de suportar qualquer coisa para nos fazer bem).
GRANDE ILUSÃO.
Você chega em casa depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito (porque mesmo estando com outra no lugar da boazinha sempre há uma questão: será que troquei o certo pelo duvidoso. Como estará a menina boazinha sem que eu esteja por perto pra tomar de conta... coisas realmente verdadeiras dentro desta felicidade momentânea que vivemos agora.)
Ah! e pensa : De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, ficou contigo, passou
a mão, rolou algo mais , mas você no interior ainda está insatisfeito sem saber direito qual a razão,
bom você diz : vai ver não estava muito inspirado, a cerva não era bem gelada, a galera não tava muito
na pilha, foi uma situação ocasional,sei lá, mas tenta arranjar um motivo para a tal insatisfação interior.
FRUSTRAÇÃO. Daí, por mais que você não queira, você pensa, de algum modo, na sua menina boazinha que você deixou pra trás... (mas não admitindo muito, querendo fugir do tal pensamento, achando que é apenas um momento, que vai logo passar).
Aí, a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás (os amigos são os mais novos possíveis, a gente tenta se afastar da monótona vida que estávamos levando antes. E essa nova "mina", e essa nova galera trata a gente como se fossemos maiorais, e a gente faz tudo pra estar perto dessa nova vida tentando desesperadamente apagar a vida anterior. Alias, neste ponto, a gente tenta realmente apagar tudoque nos prende a menina boazinha, até falar com ela é uma coisa intolerável. "Primeiro passo do arrependimento”).
A gente não vê a hora de sair, esquecer e arrasar na noite com a galera.
Enquanto isso, a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez pra ter te afastado dela...
Daí essa dúvida vira angústia, ressentimento, que vira raiva.
Aí a menina manda tudo a puta que pariu... Não quer mais saber de nada, só de sair beijando muito cara. Resolve não se envolver mais, pra não sair lesada, chutada, humilhada ou chateada. Muito bem, acabamos de criar uma monstra (por mais inteligente que ela seja, é inevitável, mecanismo de defesa. Ninguém vive decepções amorosas mais de uma vez na vida).
O tempo passa e a gente continua na mesma... Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas só querem as coisas com homens cachorros e não estão nem aí pra nós...
Atenção:
- Elas são assim por culpa nossa. A mulher vulcão da night de hoje, era a boa menina de outro homem ontem... e assim sucessivamente... Provavelmente, essa nossa ex-boa menina, deve estar enlouquecendo a cabeça de outro homem por aí...
E eu a perdi para sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada e nem olhou para mim...

sábado, 8 de maio de 2010

Soneto 35

Soneto 35

Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

domingo, 2 de maio de 2010

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.